A atual conjuntura política, as indecisões e os pronunciamentos descabidos do presidente eleito e do seu quadro de assessores nos levam a crer que 2019 será um ano difícil.
Aqui, no Ceará, também estamos enfrentando a indecisão da permanência de Fabiano dos Santos Piúba, na Secretaria da Cultura do Estado – SECULT. O que pode ser encarado como a interrupção da construção de um legado de políticas públicas no campo da valorização da Cultura do Estado e todos os seus segmentos.
Como o ano novo que se anuncia, também é de renovação política, aproveitamos o momento aberto de avaliação e reorganização do governo Camilo Santana, reeleito no Ceará, para defender a continuidade do Secretário à frente da pasta da Cultura. Fabiano já provou estar na contramão e não compactua com a política de sucateamento que atinge diretamente o Ministério da Cultura.
Sua experiência em campos da gestão cultural tanto no Brasil como em organismos internacionais, além da excelente contribuição na SECULT, destacam-no como um dos mais experientes profissionais dessa área. O que pode ser claramente observado ao tornar-se liderança entre os Secretários de Cultura do Nordeste nos últimos anos.
Fabiano destaca-se ainda por ter desenvolvido uma gestão, mesmo com todas as dificuldades financeiras e relativas aos marcos normativos, ainda carentes de reformulações, aberta ao diálogo, franca sobre as dificuldades, os limites e as possibilidades.
Fatores permeados pela execução de um cargo assumidamente técnico, o que lhe garante romper com a lógica do loteamento político da gestão cultural, sem que com isso negue a política, o fazer político, a diversidade política da sociedade e a própria institucionalidade política com suas variadas forças e expressões.
Piúba oferece uma gestão marcada por sinceros esforços de fortalecimento da política cultural e dos seus mecanismos como o Sistema de Cultura, o recente Plano Estadual de Cultura, além dos espaços de controle e de diálogo democrático.
Nos últimos meses, vimos o seu esforço para garantir o concurso público para a SECULT. O primeiro, desde a criação da Secretaria em 50 anos, bem como manter a crescente do orçamento e da sua capacidade de execução, além de uma política descentralizada e democrática de editais.
Em resumo, a eventual descontinuidade de seu trabalho comprometerá a necessária agenda de fortalecimento institucional da política cultural do Ceará em curso. Faz-se necessário que se diga que o que está em jogo aqui é a continuidade de uma gestão aberta ao diálogo, seja com a sociedade civil, com o quadro artístico, com os gestores culturais ou ainda com todas as formas de se fazer e de se pensar cultura; uma gestão que não se fecha às críticas, mas que com elas se abre à interlocução, sempre na perspectiva de corrigir para acertar; que reverencia e tem disposição para promover a diversidade cultural; que coordena um processo de consolidação e de fortalecimento da política cultural; que tem no horizonte ainda o plano de cargos e carreiras dos trabalhadores da SECULT; respeito às diretrizes do Plano Estadual de Cultura e a ampliação dos recursos para a área.
Por tudo isto, este Conselho diz: Fica, Piúba!